Depois de um longo tempo estou de volta. Vamos ver se dessa vez conseguimos manter uma rotina nas postagens do nosso blog.
Vou colocar abaixo o relatório missionário do irmão Odenir, um pastor do interior de São Paulo, amigo dos nossos pastores, que investe muito em missões e possui a mesma palavra do evangelho do Reino que nós.
Ele é pastor de Michel, um missionário que está na Turquia que vários ja conheceram.
Comentem a vontade.
.......
Relatório sobre a viagem Espanha, e África
"Erguei os vossos olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa." Jo 4:35b
Prezados irmãos
Depois de muitos dias fora de casa, exatamente 43, estou de volta ao Brasil.
Foi um tempo precioso que o Senhor me presenteou, apesar de estar longe da família, mas vi que era realmente a vontade do Senhor, pela forma que as coisas aconteceram neste tempo, como Deus preparou cada detalhe, desde a última reunião que tive em Valinhos dia 22.11. Fui hospedado pelo Fabio Rocha, com quem viajei neste período.
A ESPANHA continua sendo um grande desafio, as centenas de cidades sem igrejas, os imigrantes não tem contribuído muito, pois, os sul-americanos têm criado seus guetos, os brasileiros na maioria não se sujeitam aos espanhóis para congregar e apoiar a igreja espanhola, muitos não falam bem a língua espanhola, com isso surgiram muitos "grupinhos" de sul-americanos onde os espanhóis não entram. A igreja q mais cresce é a dos Ciganos, mas também são rejeitados pelos espanhóis. É uma sociedade muito fechada e precisamos de estratégias de Deus para alcançá-los. Estivemos viajando por quase todo o país como, Santander, Valencia, Múrcia, Astúrias, Palencia entre outras cidades, visitando irmãos que o Fabio está apoiando.
Da Espanha seguimos para Marrocos, Senegal e Guiné-Bissau.
O trabalho na África oeste é urgente. As pessoas morrem por volta dos 40 anos, temos que usar todos os meios para podermos chegar com o evangelho. Saúde, escolas, saneamento básico, nutrição, técnicas agrícolas, são alguns meios pelos quais podemos entrar. A mediocridade, a falta de iniciativa, o conformismo é inaceitável, só o poder do Evangelho para transformar nações como estas. O campo é muito pesado, os missionários precisam de descanso, de ajuda, de alguém que possa ministrar em suas vidas, chorar e sorrir com eles. A Arábia Saudita e o Marrocos estão investindo fortemente nestas regiões para transformá-los em República Islâmica. Assim que o islamismo esta entrando com toda força, tomando bairros inteiros, aldeias inteiras, cidades e países e quando alguém recebe Jesus e jogado fora da família pelos pais ou pelo marido se é uma mulher. A maioria das vezes é necessário criar um trabalho social para respaldar as pessoas que se convertem.
No SENEGAL, conheci o Projeto Keru Barkel (Casa da benção) projeto de costura e nutrição que Fabio e Lucimara desenvolveram a partir da conversão de uma muçulmana e hoje o eles tem alcançado centenas de pessoas em Dakar. Outro projeto desenvolvido foi com moinho de grãos que dá trabalho para os que se convertem e tem servido a vizinhança dando a oportunidade de testemunhar de Jesus. Quando cheguei lá havia uma equipe de oito pessoas, médicos e dentistas brasileiros que foram passar 10 dias como voluntários que estavam atendendo 150 pessoas por dia, essas iniciativas têm trazido resultados positivos para a igreja. Cinco líderes muçulmanos vieram agradecer o trabalho que eles estavam desenvolvendo.
Um dos grandes desafios na África é a barreira lingüística, pois, muitos missionários não trabalham com a língua do coração e sim com a língua dos colonizadores e normalmente quem fala essas línguas são os que vão ás escolas e há países que chega a ter 80% de analfabetismo, eles precisam ser alcançados com a língua nativa. . O exemplo do Senegal com o francês, mas o "povão" fala Wolof, Cerê, Balanta, Fula que é falado por 200 milhões de pessoas em vários países da África.
GUINÉ-BISSAU fala português pra os que estudam, mas o povo fala o criolo e assim por adiante, quem vai permanecer nestas regiões deve estar disposto a aprender uma ou duas línguas a mais. Neste país 52% de muçulmanos, o restante é animistas, católicos e outras religiões. Até hoje não se recuperou da guerra de 8 anos atrás, não tem luz, água nem telefone.
O campo está aberto para trabalhar em todas as áreas de infra-estrutura, saneamento, agricultura, saúde, educação. Faltam obreiros, eles estão limitados a escolas de alfabetização. Atualmente tem 350 alunos em várias aldeias, principalmente muçulmanos, os quais têm sido ensinados a bíblia também.
O missionário João que lá há 10 anos mais ou menos, fez no ano de 2008, 22 sepultamentos, de pessoas no geral jovens até 40 anos, morrem muito cedo devido à desnutrição, pois a alimentação básica é o arroz e não resistem as enfermidades como malárias, infecções, e etc.
Apesar disso, ele tem batizado bem mais do sepultado.
Ouvi muitas histórias que são incríveis e desafiadoras.
Ao voltar de uma viagem como esta, sinto-me como se tivesse levantado os olhos, e visto os campos brancos é muito bom ver, mas ao mesmo tempo é um peso, pois não há como esquecer tamanhas necessidades que creio que nós como igreja podemos fazer algo, então levantemos os nossos olhos para vermos além, não mais as nossas necessidades e sim daqueles que estão mais necessitados que nós.
Nenhum comentário:
Postar um comentário